A prosa contida na obra Sindicato dos Inválidos, pela editora Sirrose, é seca-surda, mas ela está aí, poeticamente costurando o jogo dos desgraçados, apesar do estilo aristocrático de viver das figuras destacadas na história.
A obra é detentora de uma linguagem inovadora que chega até provocar no leitor desavisado certa estranheza. Flor, Paixão, Bodó, Barriga, Tonho, Piriquito. Zé Pezão, D. Gregaria, dentre outros, são as figuras que compõem o quadro absurdamente realista e marginal ambientado num plasma de miséria lírica que é o espaço presente. O autor mergulha embebedando-se no imaginário popular: "Quem trabalha não tem tempo pra ganhar dinheiro", diz Bodó, que foi expulso de casa porque matou a mãe.
A vida séria dos normais é brincada na roda viva de bate-papos, gargalhadas, onde morre um nasce outro, e assim, a existência é levada empurrada pela barriga:
A obra é detentora de uma linguagem inovadora que chega até provocar no leitor desavisado certa estranheza. Flor, Paixão, Bodó, Barriga, Tonho, Piriquito. Zé Pezão, D. Gregaria, dentre outros, são as figuras que compõem o quadro absurdamente realista e marginal ambientado num plasma de miséria lírica que é o espaço presente. O autor mergulha embebedando-se no imaginário popular: "Quem trabalha não tem tempo pra ganhar dinheiro", diz Bodó, que foi expulso de casa porque matou a mãe.
A vida séria dos normais é brincada na roda viva de bate-papos, gargalhadas, onde morre um nasce outro, e assim, a existência é levada empurrada pela barriga:
A calçada onde Bodó está deitado é sindicato de inválidos
pisado pelos pés descalços dentro do sapato. Um resto de
olhar escapa das pálpebras se fechando, tentando se abrir
no sonho.
Marcus Ney - Sindicato dos Inválidos.
Márcio Santana - Manaus, 12.10.2008
Um livro para se ler, reler e discutir.
ResponderExcluirVi esse livro ser gestado, acompanhei todo o seu processo de maturação e tive a honra de prefaciar esta obra. Um livro poético e humano.
ResponderExcluirDeve ser lido...
ainda não tive oportunidade de ler.
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