segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

DIABO NO CORPO


















Estava na casa do vizinho,
o ciúme dominou meu padrasto.
Ele queimou minha biblioteca
restos de cinza foi o que vi.
Vi as algemas
quando os homens da lei o conduziram.
Dias depois, estava novamente bêbado
_o rosto vermelho, inchado.

Eu estava na casa de uns amigos,
ele adentrou a casa, tentou por força
me tirar daquele lugar.
Meus ossos estalavam de tensão.
Os homens da família em questão,
não tiveram forças para detê-lo.

Lembro-me da última vez que o vi.
Foi numa festa animada
na quadra de uma escola pública.
As pessoas que o conheciam
gritaram,
pois ele estava a caminho.

Houve tumulto e briga.

Ele feriu uma moça.
Cortou a barriga dela de baixo pra cima
Os órgãos ficaram expostos e ela gritava muito.
O sangue espirrava sem parar.

Fizeram o mesmo com ele.
Quando ele me viu, sorriu.
Um sorriso maldoso.
Acariciou o intestino delgado e deu o último suspiro.
Até hoje as pessoas comentam
tudo isso que aconteceu.
E explicam que naquele dia,
ele estava com o Diabo no corpo.



Nira Martins.

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