domingo, 15 de fevereiro de 2009

TEMPLÓRIO












Passa, passa tempo o desespero,
o ódio, a mágoa, a desgraça,
enfim toda essa malevolência em mim
que rogo, rogo e nunca passa.
Já perdi minha sforças de guerreiro.

Passa, passa tempo o meu sufoco,
traga-me ar, ó santa hemoglobina
tua benevolência não combina
com esse cancerígeno caroço.

que corrói-me sob o grito poderoso
dos status dos antigos hemisférios
e me leva sob canto glorioso
aos sepulcros, cavernosos cemitérios.

Não! Não!
Quero acordar deste horror!
Passa, passa tempo, por favor!...
Essa necrofagia não aguento não.

Maldito galardão
de altares ermos,
insólitos, soberbos
de uma cavernosa podridão.


Rojefferson Morais. Ilustração: Gaulês Moribundo - atribuído à Epígono de Pérgamo, século III a.C.

3 comentários:

  1. Você é um guerreiro da literatura, Rojefferson!

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  2. O Rojefferson destaca-se tanto no poema quanto na prosa. É uma promessa dessa nova geração de escritores que surgiu através de nossa revista Sirrose.

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  3. Rojjeferson manda ver tanto na prosa quanto na poesia. É um escritor talentoso que vi surgir através de nossa revista Sirrose.

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