quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

VOMITANDO TINTA NO PAPEL
















Judas
foi o apóstolo que mais amei.
Foi Judas quem me pariu.
Nasci de uma caixa de música
triste
como a dançarina que pula da caixa
de Pandora
dançando e fingindo nada importar,
embalando o sonho de uma criança
qualquer,
abrindo e fechando,
repetindo a música chorada,
repetindo a dor guardada
e sentida solitariamente.
Quando a corda quebrar
e a bailarina parar
o silêncio tomará o rumo do nada.
Que um dia bíblico transforme em
paz
o que existe.
Trombetas soarão,
vermes viverão solenemente.
Que o juízo seja eterno,
que todo o mal feito
transforme o choro em sorrisos
sinceros.
Espero arduamente
a corda quebrar.



Jalna Gordiano

2 comentários:

  1. É como sempre digo: tudo que Jalna escreve é puramente visceral. É sua alma escarrada. Terna. Sutil como um bisturi abrindo feixes de lirismo amargo no peito do leitor.
    (Márcio Santana)

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